sábado, 10 de fevereiro de 2007

Voici le temps des assassins

« Voici le temps des assassins »
Matinée d´Ivresse, in Illuminations

Num sequestro recente no Brasil, o assunto principal aquando da libertação do refém foi a literatura e de como ela foi essencial para que a loucura não invadisse o quotidiano dos longos 53 dias de cativeiro e isolamento.Entre os livros que o ajudaram na resistência psicológica estava uma colectânea de poemas de Rimbaud, entre os quais “ Matinée d´Ivresse”.
Eis o tempo dos assassinos?


A literatura assume-se sempre por caminhos assertivos, em harmonia com valores conservadores ou em situar-se como instrumento num combate de libertação.
“O valor da literatura é essencialmente interrogativo.Essa interrogação não é a pergunta das perguntas:qual o sentido do mundo?” (1966, Roland Barthes,in Critica e Verdade)
Um mundo sem sentido?Que sentido para este mundo? Eis o mundo;existe sentido nele?A literatura possui assim a capacidade de nos fazer interrogar sobre a realidade e sobre nós. Perguntas que nos fazem pensar e olhar para dentro numa atitude nobre de engrandecimento interior.
Resisto à loucura deste cativeiro urbano pelos livros e pelas perguntas com que me atrevo após.

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